Psicoterapia de casal e família

por Izabela Guedes

Atualmente tenho escutado muitas pessoas se lamentando de que os casamentos e as famílias já não são mais como antigamente… Mas por que seriam? Como seria possível o mundo todo estar em constante transformação, e casais e famílias permanecerem imutáveis? O que parece ser um consenso é a sensação de turbulência social presente nos dias atuais, fazendo as teias que sustentam as relações familiares parecerem mais esgarçadas e vulneráveis, tornando-se ainda mais complexo determinar quais os padrões “normais” estão regendo a organização destes “novos” sistemas familiares.

A única maneira de se entrar em um relacionamento familiar por escolha é através do casamento, momento em que dois adultos se encontram em condições de igualdade de se escolherem para fundar um novo sistema, o conjugal. Porém, o valor básico do termo “família” consiste no fato de que todos os seus outros relacionamentos são insubstituíveis. Quero dizer que os filhos não têm escolha quanto à família em que nascem, tampouco os pais podem optar pela existência das responsabilidades que nascem junto com a parentalidade. O que acaba acontecendo quando na vida se age como se os vínculos primários fossem opcionais, deixando de lado o senso de pertencimento e de responsabilidade para com o próprio sistema de origem, é que vai-se construindo um suporte bastante frágil e vulnerável para enfrentar as intempéries da vida, tal qual uma árvore que não aceita ou permite receber firmamento e nutrição de suas raízes. Sem força, ela não resiste e morre!

Quando a convivência se torna abalada por circunstâncias adversas (traumas, mortes trágicas e/ou prematuras, doenças crônicas, alcoolismo, dependência química, abusos, abandonos etc), a terapia de casal/família visa a restabelecer o momento de desenvolvimento daquele sistema que ficou paralisado, ajudando que os membros possam se reorganizar a fim de seguirem adiante, mais livres e seguros. As famílias costumam ficar sem perspectivas quando estão atravessando um problema, e, momentaneamente, perdem o senso de que a vida significa contínuo movimento desde o passado e para o futuro, sem deixar de fora as sucessivas transformações que todos os relacionamentos sofrem ao longo do tempo.

O psicoterapeuta de casal/família se propõe o desafio de ajudar a “inventar” uma nova forma de sistema, abandonando o modelo que não mais se encaixa, aceitando a complexidade da nova forma, mantendo as fronteiras permeáveis para permitir a troca emocional e se esforçando por canais mais fluidos de comunicação entre todos: parceiros, avós, pais, filhos, netos. Juntos, é possível construir uma narrativa diferente para todas as histórias e criar um espaço colaborativo entre os membros, pretendendo-se, assim, que tal abertura e a nova maneira de olhar/sentir repercuta na dissolução dos conflitos que dificultam a todos um gozo mais pleno da vida. O modo de viver em família provém dos climas emocionais diversos entre seus membros e ser íntimo é uma atividade flutuante, não um estado permanente e estático. Inevitavelmente, passamos por períodos de emergência que podem criar ótimas oportunidades de crescimento na arte de saber amar!!

Atendimento nas modalidades de clínica particular e clínica social.

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